Dica de leitura: “Para Poder Viver” (e outros livros asiáticos!)

Já faz um tempinho que não indico livros por aqui, né? Como muita gente me diz que gosta das minhas sugestões, resolvi juntar o título que acabei de ler, Para Poder Viver, da norte-coreana Yeonmi Park, com outros livros também asiáticos e fazer um post temático por aqui.

Para Poder Viver

Começando pelo livro da Yeonmi Park, que é uma menina norte-coreana de 23 anos, que conseguiu escapar do seu país natal com 13 anos. Resolvi ler esse livro justamente porque depois que fui para Ásia (ainda não fui para nenhuma das Coreias, infelizmente), fiquei muito mais curiosa e interessada em saber mais sobre a história deles – tanto visitando os países quanto lendo coisas sobre, a gente nota como temos pouco contato com a história e cultura de lá ao longo da vida, seja na escola ou no dia a dia mesmo. Até que me deparei com esse livro nas sugestões de leitura do Amazon, achei interessante e resolvi ler.

E a história da Yeonmi Park é uma coisa assustadora, daquele tipo que a gente jura que poderia fazer parte de uma novela da Gloria Perez, mas é a vida dela mesmo, aconteceu de fato e há apenas alguns anos, não é uma história de décadas atrás. Ela passou fome, viu o pai ser preso, viveu com a irmã sozinha enquanto eram crianças… Até que resolveu tentar fugir para a China atrás da irmã que já tinha ido, e aí vem mais tragédia, ela é vendida, depois sequestrada, até que dois anos depois ela consegue finalmente chegar à Coreia do Sul. É muito triste e ao mesmo tempo é interessante saber mais sobre um país e cultura tão distantes dos nossos. E o livro é daquele tipo que a gente não consegue parar de ler – para quem se interessa um pouco pelo assunto, recomendo muito.

Essa aí é a Yeonmi Park falando numa palestra do TED – a palestra está em inglês e o sotaque dela nem sempre é dos mais fáceis de entender, mas ela fala devagar e aí ela conta um pouco da história dela também.

+ livros asiáticos

Caçando Carneiros, Haruki Murakami: o autor é japonês e já indiquei alguns livros dele por aqui – vou confessar que tenho uma relação um pouco ambígua com Murakami, têm alguns livros que eu li e amei, como é o caso desse, e outros com os quais me empolguei e no fim não curti (1Q84). De qualquer forma, ele tem um estilo bastante peculiar, e mistura cultura pop com elementos sobrenaturais, umas coisas inexplicáveis e até meio assustadoras. Esse livro aí conta a história de um homem comum que recebe uma carta misteriosa e a partir daí precisa ir em busca de um único carneiro, que está perdido pelo Japão.

O Amante, Marguerite Duras: já indiquei esse livro no blog antes, mas eu gosto muito dele, então vou repetir. Marguerite Duras ficou mais famosa na França, já que ela viveu lá por muito tempo, mas ela era vietnamita. E esse é livro é considerado quase que uma autobiografia, mas não se sabe ao certo que partes são reais e quais são ficção – é a história do relacionamento que ela teve aos 15 anos com um chinês rico, e a história se passa quando o Vietnã ainda era colônia francesa.

Mudança, Mo Yan: Mo Yan é chinês e é também o vencedor do Nobel de 2012. E esse livro aí, se não me engano, foi o primeiro dele publicado aqui (hoje também já tem outro, As Rãs). É um livro curtinho e fácil de ler, que conta um pouco da vida dele na área rural da China – é escrito de um jeito tão singelo que emociona.

Istambul, Orham Pamuk: Pamuk é turco, também vencedor do Nobel e a Turquia é considerada parte tanto da Ásia quanto da Europa, então acho que conta, né? Ele é um dos meus escritores favoritos e já falei de vários livros dele aqui – acho que um que ainda não comentei sobre foi justamente o Istambul, que é uma mistura de livro de memórias com história da própria cidade. Ele tem uma escrita sensacional e é um dos melhores autores que já li.

E aí, alguém tem mais algum pra me indicar? Acho que meu próximo será First They Killed My Father, escrito por uma cambojana, Loung Ung (esse infelizmente ainda não saiu em português).