Reflexão

Reflexão: 10 coisas que eu pensava sobre mim mesma, sobre beleza e autoimagem

08/10/2016

1. Quando eu era criança eu achava que, quando fosse adolescente, seria alta e jogadora de basquete (tenho 1,56 m e não consigo me lembrar de já ter feito uma cesta na vida).

2. Achava também que eu seria obrigada a deixar de gostar de Nescau para gostar de café, afinal era o que os adultos bebiam (hoje de fato adoro café, mas jamais deixei de gostar de Nescau haha).

3. Um tempo depois, quando notei que não seria alta, eu mesmo assim achava que “deveria” ser e passei a adolescência e os 20 e poucos anos usando muito salto alto, mesmo para ir para faculdade, pegar ônibus, etc. 

4. Quando era criança, achava que aos 30 já teria me casado e teria filhos (acho que todo mundo, né?), quando era adolescente, tinha pavor de pensar em me casar e hoje, quando de fato tenho 30, acho que até gostaria de casar, mas tenho a impressão de que não vou. E tá ok também.

5. Quando passei a ganhar meu próprio dinheiro, achava que tinha que seguir os guias de revistas femininas sobre as peças que eu tinha que ter, tipo calças sociais, sapatos de bico fino, blazers, colares de pérolas, vestidos na altura dos joelhos. 

6. Logo que entrei na faculdade e completei 18 anos, eu ia muito pouco a festas e praticamente não saía à noite porque me sentia meio inadequada, achava que precisava ter um guarda-roupas específico com “roupas para sair à noite”, que incluísse coisas tipo paetês e escarpins de bico fino (não tenho nada contra, só não faz o meu estilo haha). 

7. Gastei meu dinheiro com peças dos itens aqui em cima – coisas que não tinham nada a ver comigo e que mal usei. Achava que elas me trariam esse sentimento de ‘pertencimento’ e adequação. Sendo que a época da minha vida que eu mais me senti adequada com minha escolha de roupas e afins é justamente agora, que acho que é a época que tenho MENOS coisas, mas mais coisas que eu gosto.

8. Desde que nasci fico vermelha com muita facilidade – é a soma de muita timidez com pele naturalmente rosada. Achava que isso era tipo uma condição estranha que passaria quando eu crescesse (a gente sempre acha que as coisas ficarão misteriosamente muito melhores no futuro né? hahaha), mas a realidade é que continuo igualzinha. E continuo detestando, mas é aquele ditado

9. Achava também que eu precisava usar maquiagem bem carregada – tipo olho esfumado com muita sombra preta, por exemplo. Aí me arrumava e, depois de meia hora na festa me olhava no espelho e detestava, não me reconhecia. 

10. Antes de trabalhar, trabalhar parecia sempre uma coisa mágica – é só fazer alguma coisa e no final do mês tem muito dinheiro para comprar tudo, roupas, apartamentos, chocolate, bebidas, viagens. A realidade a gente (não só eu) sabe muito bem como é, né?  


(Esse foi mais um post meio diferentinho, tipo essa lista aqui que fiz há algumas semanas, lembram? 

Esse de hoje é só para lembrar que às vezes a gente demora para encontrar nosso lugar no mundo, e muitas das nossas frustrações têm a ver com expectativas que a gente tinha sobre as coisas mas que nunca adequamos à nossa realidade. Mas é importante saber que a gente não tem que se sentir inadequado, nunca, pelo contrário: temos que encontrar formas de viver bem conosco mesmos, temos que aceitar o que não dá para mudar e mudar, sim, o que nos incomoda. E pode ser qualquer coisa, até a coisa mais simples do mundo. 

Está tudo bem não ser quem achávamos que seriamos – são os desvios do caminho nos fazem ser quem somos também.) 

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30 comentários

  • responder Márcia Daniella 08/10/2016 às 14:13

    Amei seu post. Também tive sentimentos parecidos nas diversas fases da minha vida.

  • responder Vanessa J. 08/10/2016 às 14:27

    Adorei Marina! Me identifiquei com muitos pontos… Nada como ir crescendo, amadurecendo e revendo conceitos =] Bjs

  • responder Keyla 08/10/2016 às 14:28

    Gostei muito do post! Tive sentimentos muito parecidos com os seus durante minha vida. Acredito que pela forma que fui criada, um pouco para agradar aos outros, isso me trouxe muito sofrimento. No fundo, minha intuição dizia o que eu gostava e o que queria, mas para não desagradar as pessoas próximas acaba tomando atitudes que me desagradavam. Uma incoerência sem tamanho. Para sentir o “pertencimento” ao um grupo ou à um lugar acabava me desagradando.
    Nada como a chegada dos 30 para te trazer a autenticidade e o grito de liberdade. Parabéns pela reflexão. Bjs

  • responder Elena 08/10/2016 às 15:41

    ADOREI conhecer mais voce, sua forma de pensar antes e agora, me sinto agora mais proxima a voce, e adoro. Gosto ainda mais de voce como pessoa, e mesmo me sinto muito parecida em muita coisa 🙂

  • responder Cris 08/10/2016 às 16:47

    Acalenta a alma saber que mais alguém se sentiu assim..

  • responder Samela 08/10/2016 às 18:11

    Terminei o post com lágrimas nos olhos, tem tudo a ver com minhas reflexões nos últimos tempos. Dá uma sensação de amparo saber que existem mais pessoas no mundo que assim como eu já passaram por momentos de inadequação e espectativas não alcançadas.

  • responder Lorrayne 08/10/2016 às 21:37

    Adorei o texto. Quando repensamos várias coisas percebemos o quanto mudamos, evoluímos, adaptamos. Completei 30 anos há pouco e tenho repensado várias coisas que até então eu tinha como verdade absoluta na minha vida.

  • responder Vania 08/10/2016 às 22:33

    Fui no Salão cortar o cabelo. Li seu post na recepção. De alguma forma me inspirou. Voltei com as mechas no cabelo que tem um tempo que queria fazer, mas faltava coragem. Rsrs. Obrigada pela inspiração. ;)))

  • responder Zilandra Batista Rodrigues 08/10/2016 às 22:43

    TOP DEMAISSSS
    Beijosss

  • responder Maria 09/10/2016 às 11:32

    Marina, tbm fico vermelha com facilidade e acho q é pior na vida profissional. Pq externaliza nossos momentos de nervosismo e acho q as veZes n passa tanta credibilidade. P piorar ainda tenho rosto de criança. Ahaha Mas assim como vc, tenho levado e tentando dar conta dessa dificuldade. Bjos!

  • responder Fernanda Gabriela 09/10/2016 às 12:41

    Adorei e me identifico mto! Estar dando tudo errado é mesmo muuuuito relativo. Faça sempre esses posts! Bjs

  • responder Renata 09/10/2016 às 16:32

    Ah, me identifiquei muito, principalmente quanto a ficar vermelha rsrs.

  • responder Dani A. 09/10/2016 às 17:35

    Puxa, tô impressionada ao ter minhas impressões descritas em palavras, principalmente com relação àquela sensação de que no futuro as coisas seriam magicamente de um jeito, e de que o salário é uma bênção que resolveria tudo hahaha
    Beijo, e convido a todas para me seguirem agora no Insta: http://instagram.com/coisinhademulherdani
    Sou antiga por aqui nos comentários (até ganhei um prêmio de batons da Avon uma vez haha), desde quando só tinha o blog Coisinha de Mulher – atualmente tô no face e no insta tbm

  • responder Eloiza 09/10/2016 às 17:44

    Te vi ontem no popload e fiquei impressionada com seu tamanho. Não sabia que era baixinha. No entanto, é linda de qualquer forma. Beijos 🙂

  • responder Miriã Andrade 09/10/2016 às 20:49

    Realmente muitas coisas não acontecem do jeito que pensávamos, mas tudo fica bem no final. 😉

  • responder Isabela 09/10/2016 às 21:55

    Adoro esses posts seus…
    Vi no instagram que vc estava no Popload Festival, queria ter te visto! Show do Wilco foi lindo, né?

  • responder Carolina 09/10/2016 às 23:25

    Amei seu post! Fiz 30 anos neste ano e me identifiquei com todos os tópicos. Especialmente o sétimo. Há muito pouco tempo, comprava muitas roupas, sapatos, acessórios. Preocupava-me em não repetir roupa nas festas. Tinha uns 10 pares de scarpin, um de cada cor. Hoje, não uso mais salto (muito raramente) e tenho um guarda-roupa de duas portas que não é abarrotado – mas todas as roupas que estão nele são úteis e têm a ver comigo. E nunca me senti tão leve e feliz!

  • responder Julia Kubrusly 10/10/2016 às 00:53

    Que bom que as coisas mudam, né? Eu me olho 10 anos atrás e penso como o tempo me fez bem… em aparência, estar confortável comigo mesma, amor próprio, autoconhecimento, maturidade, enfim… Só fico pensando daqui há 10 anos se vou continuar com esse pensamento hahahaha eu, quando tinha uns 12, 13 anos achava que teria o 1o filho aos 25. Hoje, aos 28, não quero filho nenhum.
    http://www.issoaquiloetal.wordpress.com

  • responder ALE 10/10/2016 às 09:50

    Eu vi o item de casada aos 30, e isso é uma grande questão tenho 31 anos solteira ,e não sei se um dia irei me casar, gostaria que vocês falassem de como lidam com a pressão social, aquelas tias que todo aniversario seu dizem : na sua idade eu já tinha filhos com tal idade, é um porre, embora eu seja até bem resolvida isso me chateia e me faz pensar ser não estou errada e se não conduzi minha vida pra um caminho ‘infeliz”.

  • responder Monique 10/10/2016 às 10:06

    Adorei esse tipo de post, Marina. Amo listas!

  • responder Carol Magnani 10/10/2016 às 12:05

    Marina, q delícia de post!!! Q reflexão gostosa de ler…já encaminhei para várias pessoas q acho q farão ótimo uso desses pensamentos…bjao!!!

  • responder Poliana 10/10/2016 às 14:13

    Amei, amei, amei seu post!! Hahahaha Me identifiquei com vários, e ate hoje (tenho 34) tenho esperança que um dia vou parar de ficar vermelha por tudo.

  • responder Aline Guterres 11/10/2016 às 18:53

    “são os desvios do caminho nos fazem ser quem somos também”. Nossa, tu foi muito genial, Marina. Que profundo e lindo o que você escreveu. Obrigada por compartilhar.

  • responder Thaís 13/10/2016 às 10:50

    Amei o post! Só queria dizer isso.. 🙂

  • responder Cristiani Albuquerque 19/10/2016 às 10:56

    Ameiiiii!! E ainda bem que você percebeu isso jovem, eu demorei muito para acordar, querida! Você está ajudando muitas meninas que tem essas expectativas que nos inserem de várias formas. Acordar e se amar, tomar seu Nescau, vestir o que gostar, atender aos nossos anseios e não aos dos outros, isso é que torna a pessoa feliz! Obrigada, obrigada, obrigada!

  • responder Deborah 20/10/2016 às 11:03

    Adorei seu post Mari! 😀
    Me identifiquei muito.

  • responder Paula 20/10/2016 às 11:04

    Também me vieram lágrimas nos olhos. Estou justamente na fase de não conseguir me encontrar. E estou com 36 anos. Algumas coisas melhoraram, já não me importo mais tanto com o que os outros vão pensar, mas ainda tenho muita dificuldade em relação a como me maquiar, por exemplo. Sempre acho que minha maquiagem fica horrível ou que estou fazendo tudo errado. Achei que ver vídeos e tutoriais me ajudariam, mas nem sempre. O que me ajudou de verdade, Marina, foi ver os seus posts sobre como você se maquia, pois você faz o que te agrada, sem pressão. Assistir aos vídeos da Vic Ceridono também. Ou seja, pessoas que não se cobram ou cobram dos outros um talento para fazer uma linha retíssima ou esfumar tudo perfeitamente. Mesmo assim, ainda tenho dificuldades para me desprender das “regras” que vejo por aí. Mesmo não sendo fã daquele supercontorno ou da pele megailuminada, me sinto errada de não saber fazer. Racionalmente, sei que é bobagem, mas na hora da maquiagem bate uma insegurança. O pior é que é bem difícil ter mais Marinas e Vics por aí, pois parece que as “regras” viram uma mentalidade popular 🙁

    • responder Marina Fabri 20/10/2016 às 17:42

      Que comentário fofo, Paula <3 fiquei feliz!
      E sobre sua insegurança: todos temos, fique tranquila - o importante é ir em busca do que te faz se sentir confortável, se sentir você mesma. Você jamais me verá usando sombra preta, por exemplo, ou azul - acho lindo e amo ver tutoriais, mas não gosto em mim, acho que não combina comigo e aos poucos passei a "bancar" meu próprio visual, meu estilo, e sou mais feliz assim! Aos poucos a gente encontra nosso lugar no mundo 🙂

  • responder Luana 23/10/2016 às 12:43

    Muito, mas muito obrigada por esse texto! <3

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