Reflexão

Reflexão de abril: mudança

25/04/2019

Participei de um curso de oratória no início do mês. Logo de cara, um desafio para os tímidos: apresentar-se para a turma seguindo algumas perguntas-base deixadas pelo professor. Sem a menor modéstia, pensei: “essa eu vou tirar de letra”. Afinal, não era para perder a vergonha que estava ali, mas para aprender técnicas de aperfeiçoamento ao que já me soava natural.

De fato, fui bem. Os colegas até ficaram me perguntando depois o que é que eu estava fazendo ali. Sorri e disse que sempre há algo a aprender. Mal sabiam eles que eu estava fervendo por dentro.

Uma pequena parte do que sentia ainda era o nervosismo comum de quem fala em público, mas que eu dificilmente deixo transparecer. O monstro incandescente veio mesmo de uma admissão que fiz – sem querer – em frente a uma plateia de desconhecidos:

“Eu tenho medo de mudanças”.

Não que não soubesse disso – afinal, há tempos cuido de me conhecer e, por consequência, me melhorar. Mas falar em voz alta foi muito estranho. Como se a característica ganhasse tanto corpo que já não coubesse mais na sala. E pensar que por todo aquele tempo ela fazia parte de mim.

Depois de despejada à minha volta, se tornou impossível devolver a massa densa para seu devido lugar (leia-se: entalada em mim). Tive que carregá-la comigo para casa. A deixei onde deu, mas era tão enorme que não dava para desconsiderar. Não tinha mais como deixar para lá.

No dia seguinte, soube que a finalização do curso seriam apresentações de 3 minutos em frente a um grupo de avaliadores. Tema livre. Resolvi falar sobre mudança. Afinal, sabia o tamanho do trabalho que teria com a nova moradora que me esperava em casa. Era melhor começar logo.

Pesquisei, refleti, escrevi… No fim, consegui chegar até a alguns passos para tornar mais fluido o processo mudar – e, consequentemente, dar a segurança necessária para quem quer agir assim. Deu certo. A plateia gostou do tema e da forma com a qual me apresentei.

Curiosamente, voltei para casa sem a ilusão de que aquela minha visita forçada tivesse ido embora. Inclusive, ela mora comigo até hoje. A diferença é que busco não deixar que me incomode. Tem uns dias que consegue e me atrapalha, não vou mentir. Mas o que ganho quando a venço é tão grandioso que não deve demorar para nos mudarmos pra um lugar maior.

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2 comentários

  • responder Dai 27/04/2019 às 00:06

    Oi Thais, eu sou leitora do blog há algum tempo e adoro os seus posts!
    Eu me identifico muito com tudo isso que você escreveu. As mudanças sempre foram muito difíceis para mim, até mesmo quando são para melhor, coisa doida né?!
    Nunca é tarde para aprender e para se conhecer melhor. Continue na sua busca e muito sucesso!
    Bjs

  • responder JULIE FERNANDES SERRA DE SOUZA 28/04/2019 às 05:46

    Amei sua maneira de escrever, muito poética e esclarecedora! Parabéns o post ficou ótimo! Sempre tô por aqui lendo vocês, só sou tímida e comento pouco! Bjs pra todas! ?

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