Cosméticos Dicas

Como avaliar o custo/benefício de um cosmético?

28/03/2017

Se já tem 8 anos que a gente resenha produtos por aqui, imaginem só quantos passaram por nossa análise (como sou curiosa, fui pesquisar: foram nada menos do que 3.738 testes até o dia de hoje!). Ou seja, dá para dizer que somos macacas-velhas nessa área, né? Mas e quem não é tão experiente assim? Como faz para avaliar o custo/benefício de um cosmético? Venham comigo que vou ensinar tudinho!

Avaliando o custo/benefício de um cosmético!

Em primeiro lugar, devo dizer que esse conhecimento é fruto de muito treino (como em qualquer coisa na vida). Lembro bem que, apesar de ter insights sobre os produtos que experimentava antes do blog, não sabia chegar numa conclusão definitiva, especialmente relacionada à questão do preço (do tipo: isso é caro ou barato demais para o que me oferece?).

Mas o barco foi seguindo e com o tempo comecei a colocar em prática essa máxima do custo/benefício – as duas palavrinhas mágicas que eu e vocês precisamos ter em mente ao comprar qualquer coisa, aliás! E isso mudou bastante coisa em relação à minha forma de consumir.

Nacionais versus importados

Antes de falar sobre o primeiro tópico do post, o custo, um adendo sobre nacionais versus importados! Infelizmente, ainda vivemos num país em que os produtos nacionais (mais baratos) são preteridos em relação aos importados (mais caros). Essa ideia de que o que vem de fora é melhor tem a ver com, na minha visão, a baixa autoestima do Brasil sobre o que produz e também com nosso modelo antigo do colonialismo – não me matem com o momento filosofia/sociologia/antropologia, sei lá! hahahaha

Outro detalhe é que, de fato, nossa indústria cosmética, apesar de estar dando uma volta por cima sensacional, demorou um bom tempo para se atentar às tendências mundiais. Quem aí se lembra das misturinhas malucas que fizemos para chegar no esmalte verde-água Jade, da Chanel? E quanto demorou até que a primeira marca nacional lançasse um batom líquido, por exemplo?

Por essas e outras, o brasileiro continua sendo fã daquilo que vem de fora – e que, por consequência, é mais caro devido a nossa taxa absurda de impostos na tentativa de proteger o mercado nacional! Todo esse conceito impacta o custo, sobre o qual falo a seguir.

custo/benefício cosmético

Custo

Ok, vamos lá! Se na visão de boa parte das pessoas o que é mais caro funciona melhor, como se explica, então, o fato de uma coisa bastante popular nos Estados Unidos, por exemplo, ser considerada artigo de luxo no Brasil? Um exemplo foi a marca de produtos para cabelo Aussie, vendida a rodo por lá e tida como um milagre em potinho por aqui (sendo que a formulação, ao que li, era quase a mesma de um Pantene). Inicialmente, o que custava 2 dólares era vendido por, sei lá, 60 reais. Desparelho, não?

É por isso que eu digo: a gente precisa manter o espírito crítico além do que as cifras mostram! Em certas situações (atenção, não todas!), os cosméticos de fora são tão corriqueiros quanto os que vemos por aqui. O que parece mudar a visão sobre uma marca é bendito preço (e o fator novidade). E nesse ponto estou falando sobre a importação, não o fato de viajar e pagar o mesmo preço ou mais barato com o intuito de testar algo diferente – essa é minha relação com os antitranspirantes, por exemplo!

Lembrem-se: preço é diferente de valor. O preço embute também o prestígio da marca além dos resultados efetivos e do custo de produção! Se alguém paga muitos dinheiros por um creme da La Prairie, por exemplo, pode estar desembolsando grana (ainda mais se for comprado no Brasil) pelo status, pelo resultado e pelo custo de produção. Na mesma medida, há casos em que a pessoa paga só pelo status, sem resultados fora do comum e sem custo alto de produção. Ou então paga só pelos resultados – e assim por diante. Entenderam?

É por isso que nem sempre o que é de fora é de fato melhor, ao passo que nem sempre vale a pena pagar muito barato em determinada coisa também! Digo isso por causa do tal custo de produção – dá para esperar que tipo de qualidade e respeito ao trabalhador numa sombra de 5 reais? Não estou dizendo que não existam exceções, mas a verdade é que há de se respeitar também a cadeia envolvida naquele cosmético até que ele chegue em nossas mãos – nem sempre o preço corresponde ao processo!

custo/benefício cosmético

Benefício

Dito tudo isso, vamos falar de benefício. Existem coisas com resultados melhores que a concorrência? Existem. Existem coisas com resultados piores que a concorrência? Também. É por isso que fazemos tantas resenhas por aqui, para ajudar quem está em dúvida sobre esse ou aquele cosmético (tudo, claro, sob nosso ponto de vista pessoal, né?). Sei bem que nenhuma de vocês despreza esse log gigante de informações que temos por aqui – e por toda a internet!

Que bom que hoje a consumidora não precisa comprar algo para comprovar (ou não) que aquilo vale a pena. Mas, ainda assim, há margem para erros. Quem nunca foi contra a maré da aceitação detestando algo? Isso acontece até mesmo entre a gente aqui no blog! hahahaha Portanto, minha sugestão é que, além de ler bastante antes de decidir pela compra, vocês também busquem experimentar (seja com amostrinhas, seja na loja) o cosmético em questão!

No fim das contas, apesar de as resenhas serem um bom guia, quem decide o que é bom ou ruim é cada uma, certo? Isso é bastante pessoal, como disse, ainda que existam certos produtos aprovados ou desaprovados por uma maioria – coisa que, ao meu ver, é um termômetro a ser considerado. Portanto, tenham sempre em mente o que é esperado de algo (por meio do desejo pessoal e da promessa da marca) e façam um checklist mental desses tópicos. Se a marca entregar a um preço competitivo e justo, pronto: aí está um produto para manter por perto sempre!

O cálculo da relação

Tem também uma outra forma de visualizar o benefício que é a quantidade de vezes em que vamos usar determinado produto.

Nem de longe sou boa em matemática, mas a conta não é muito difícil. Vamos supor que quero comprar uma base de 180 reais, que pretendo usar todo santo dia e, conhecendo a quantidade de produto passado, vai durar 6 meses (tudo suposição, ok?). Isso significa que ela me custará 30 reais por mês, ou um real por dia. O que a gente compra hoje com um real? Talvez uma pele mais bonita.

Outro exemplo: adorei um batom X que custa 30 reais e quero comprá-lo. Mas a cor é meio fora do que costumo usar e quero deixá-la para ocasiões especiais. Pelos meus cálculos, vou usar umas 6 vezes em 6 meses. Isso significa que esse mesmo produto me custaria 5 reais por aplicação! Vejam só como relativizar o custo/benefício é tão importante.

Ufa! Me desculpem pelo post enorme. Falei tudo isso baseada na minha visão de blogueira e testadora de cosméticos há muitos anos! Não sei dizer se estou 100% correta do ponto de vista econômico – porque, afinal, não sou economista! hahahaha Quem for especialista na área pode agregar informações ou comentar se falei alguma coisa muito absurda (acho que não, mas a gente nunca sabe!).

Fotos: Shutterstock

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24 comentários

  • responder ZILANDRA BATISTA RODRIGUES 28/03/2017 às 14:40

    BELO POST

  • responder viviany santos 28/03/2017 às 15:20

    Post excelente Thais.

  • responder Carina 28/03/2017 às 15:28

    Menina, que post bom!
    É bem isso mesmo, eu só nunca fiz as contas.

    Já gastei muito em coisa que nnca usei, e gastei mais ainda em produtos que uso todo santo dia e amo de paixão – e é nesse que o custo-benefício costuma ser maior! Não por ser caro, mas por ter dado certo.

    duro é quando o produto é caro e não dá certo =/

  • responder Carla 28/03/2017 às 15:57

    Parabéns pelo post! Thais na sua melhor forma =)

  • responder Erika 28/03/2017 às 16:22

    Minha mãe sempre diz, porque você vai comprar isso mesmo sabendo que quase nem vai usar, ou ela diz que é muito $$ pra pouca coisa.

  • responder Jéssica 28/03/2017 às 16:50

    Caramba! Que post maravilhoso, Thais.
    Hj temos uma avalanche de informações e nós, leitores/consumidores, nos vemos meio perdidos nessa loucura toda. São muitos lançamentos, opiniões… mas são poucas as fontes responsáveis e de fato preocupadas com o lado de cá. Sinto que vc e as meninas do Coisas de Diva tem esse cuidado com a gente. E o lema “Use o que te deixa feliz!” resume bem essa filosofia, não é mesmo? Afinal, tem como a gente ficar feliz toda endividada ou cheia de tralha no armário? haha…só pra descontrair 😉

  • responder Fabiana 28/03/2017 às 17:00

    Essa questão do custo benefício eu costumo pensar bastante quando compro um produto.
    Percebo que muitas vezes o barato sai caro, por exemplo, amo iluminador e meu sonho era o Soft and Gentle da MAC, mas confesso que ainda não tive coragem de pagar. Mas se pensar bem, já gastei mais nos de marca nacional que não me atendem do que se tivesse comprado ele direto.
    Certas coisas eu acho que valem o preço, por exemplo bases, filtro solar, corretivo, eu compro as marcas medianas e invisto um pouco mais. Já blushs, sombras, pó, pincéis, lapis, eu consigo comprar de marcas como Vult, Tract, Dailus e fico muito satisfeita com a qualidade.

  • responder leticia 28/03/2017 às 17:36

    ótimo post thaís!
    aaa, fica a dica de vcs fazerem um dia tipo um ranking nacional de custo benefício levando em consideração a quantdade de produto x o preço.
    já cansei de explicar pras minhas amigas que acham um absurdo eu comprar pó da kryolan, que eu pago 200 reais em 60g do melhor pó translucido que eu ja testei, ao inve´s de pagar 40 num da quem disse berenice por exemplo, que só vem 4,5 g.
    aliás a quem disse berenice é a pior marca nesse quesito, simplesmente não compro mais lá.. é um absurdo um blush deles que só vem 2g de produto custar 40 reais. o da mac custa 100 mas vem 6g e esfarela muito menos, acaba durando muito mais também.
    bjss

    • responder DANIELLE 29/03/2017 às 11:02

      Sou igual você Letícia! Sempre que compro alguma coisa divido o preço pela quantidade de produto pra calcular a grama ou ml kkk Tenho que calcular o rendimento que terei antes de comprar.

  • responder Marcia Daniella 28/03/2017 às 17:49

    Já paguei caro em produtos importados que foram uma decepção. Por isso, fico super feliz quando a indústria nacional lança um produto de qualidade. Passei anos em busca de uma base ideal entre as importadas e, hoje, posso dizer cheia de orgulho que minha favorita é uma base brasileira.

  • responder Jonathan Hirakawa 28/03/2017 às 19:15

    Sabe, eu tento SUPER dar chance aos cosméticos nacionais, tento mesmo, mas eu ainda sinto uma diferença GRITANTE na qualidade! E, sinceramente, em vez de achar os produtos importados caros, são os nacionais que eu acho que pesam a mão.

    Minha base preferida, das mais baratas, é a Healthy Mix da Bourjois, que aqui no Brasil com todas as suas taxas absurdas de importação, varia de 70 a 100 reais dependendo do site/perfumaria. Uma base do grupo O Boticário, seja da marca mãe (Boticário), Eudora ou QDB acabam custando de 50 a 60 reais, com 10 reais a mais compro a minha base preferida, que é importada…

    Ainda assim eu tentei usar as bases nacionais. Me lembro de um dia que eu experimentei a base Color Adapt d’O Boticário, que eles diziam ter cor adaptável. Testei todas as cores próximas da minha pele e NENHUMA deu certo. Além disso a base transferia pra caramba, o que me deixou super decepcionado. Eu gostei do acabamento da base, achei que ela fica bonita na pele, mas ficar com a cor errada e não poder encostar em uma pessoa ou vou sujar a roupa me deixa super desanimado.

    Claro que esse problema de cor não acontece só nas bases nacionais, a linha Matchmaster (que diz se adaptar, também) da MAC não deu certo na minha pele. Base ótima, acabamento lindo, porém a cor deu super errado. Da MAC as que mais deram certo em mim foram a Mineralize e a Face and Body.

    De resto acho que o mercado nacional está bem servido. Batons, sombras e até mesmo blushes nós temos Vult, O Boticário, Payot, Tracta, Toque de Natureza, Dailus e tantas outras marcas com produtos ótimos. =)

    PS: Não sei se já testaram/resenharam aqui, mas o pó solto da Elke (que por acaso era uma marca da Elke Maravilha, embora ela não participasse do processo criativo) e o pó da Koloss, na minha opinião, não deixam nada a desejar para os importados. Não são pós para controle de oleosidade (e nem prometem isso), mas finalizam a pele lindamente. =D

  • responder Raissa 28/03/2017 às 19:34

    Que post legal! Temos que ter mesmo essa consciência para tudo, mas quando falamos em maquiagem é bom avaliar sempre.
    No meu caso, eu paguei 110 pelo corretivo prolongwear da MAC, e as pessoas acham um absurdo. Mas, até hoje, n encontrei um similar mais em conta. Além dele cumprir o que promete, dura 1 ano na minha mão, ou seja, o custo vale super a pena para mim! O mesmo se aplica para um batom liquido que queria muito (Dance With Me, e n vou dizer quem desse blog me faz querer desejar… Hahaha), mas n comprei pois parei para pensar que mal usaria esse batom considerando o momento presente (sim, n podemos pensar que vamor usar muito um produto sem considerar nossa realidade).
    Parabéns pela ideia do post, adorei!

  • responder Patrícia 29/03/2017 às 01:14

    Amei esse post! Eu já acompanho blogspot e a indústria da beleza fazem uns 6 ou 8 anos e passei por muitas fases: a de sonhar em comprar produtos importados e conseguir comprar só contém 1g (que na época era super baratinha!), a de comprar produtos importados e ser fissurada na MAC, urban decay e na Benefit e agora a fase de consciência de consumo.
    Nesse tempo eu vi que tem muito produto importado que não vale tudo que a etiqueta marca e assim fui selecionando os blogspot que acesso, o CDD foi um dos 4 que acesso hoje em dia pois confio na opinião de vocês.
    Eu sigo bastante a lógica de o quanto vou usar aquele produto. Se é algo que usarei todo dia e vai valer o investimento, eu compro.

  • responder DANIELLE 29/03/2017 às 10:54

    Sou a “louca” das embalagens… Assim como a Letícia falou, acho muito importante o tamanho da embalagem x preço. Se for comprar uma água Micelar por ex. pode ser mais barata e ter 20 ml a menos, opa! Então não é mais barata! Ou acho um batom lindo mas tem 2,5 ml rs. Como compro muito pela internet quero ter sempre a real dimensão e durabilidade do produto. O que não quer dizer que eu não tenha comprado feliz minha Naked 2, achei cara? Achei sim, mas me deixou tão satisfeita que valeu cada real.

  • responder Júlia 29/03/2017 às 10:59

    Thais,

    amei o post, achei que ficou excelente, mto claro sua idéia.. SENSCIONAL apenas, concordo em tudo, acho q realmente estamos melhorando bastante no quesito de mercado nacional da beleza e acho que conforme vamos amadurecendo vamos nos conehcendo melhor tbm.
    Já desapeguei de tanta coisa cara q eu comprei pq não servia para ou que não fazia me estilo, que até dói de lembrar, agora por exemplo, comprei a base da Chanel uma vez em Foz de Igauçu e usei ate a ultima gota e se tivesse dinheiro compraria mais e mais e mais e mais pelo resto da vida, é algo que o custo beneficio para mim realmente valia. Cada uma é cada uma de vdd, usando o que nos faz feliz.

    Ameiiii como sempre amo os post !!

  • responder Carol 29/03/2017 às 17:08

    Achei muito útil o post, obrigada!

  • responder Sidi 29/03/2017 às 20:22

    Thais, parabéns pelo post!!

  • responder Miriã Andrade 31/03/2017 às 20:34

    Uau, post muito bem explicadinho e super interessante, adorei! 😉

  • responder Resenha: Moringa sérum para áreas específicas The Body Shop 03/04/2017 às 10:19

    […] Como avaliar o custo/benefício de um cosmético? […]

  • responder Aline 05/04/2017 às 09:13

    Muito legal o post e se tivesse lido antes nunca teria comprado o aussie pois pra mim é a mesma coisa que as ampolas da pantene, só que paguei mais caro.

    Compartilhei o o post de vcs em meu blog se não se importarem é claro.
    http://comprasdemulheres.blogspot.com.br/2017/04/compartilhando-amor_5.html

    Beijos

  • responder 5 produtos caros que eu compraria de novo! 14/09/2017 às 11:56

    […] Ah! Acho bacana lembrar daquele post que fiz sobre o custo/benefício dos cosméticos, que é um misto da promessa e da entrega de um produto, com alguns outros fatores mais subjetivos, daqueles que dependem única e exclusivamente de você. Dá só uma olhada aqui! […]

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